Há uns dias atendi, em uma sessão de mentoria, um rapaz que estava inquieto acerca do desenvolvimento de sua carreira.

Recém formado, há cerca de 2 anos na mesma empresa, ele relatava estar liderando uma equipe, com responsabilidades bem marcadas de líder, histórico de inovações e nós desatados por ele e trazendo bons resultados. Mas, segundo ele, a empresa não sinalizava qualquer esboço de promoção, mudança de patamar ou algo parecido.

Ele estava desanimado e muito preocupado. Já havia começado a disparar CVs e tinha uma entrevista agendada em outro estado para uma empresa que prometia um salário um pouco maior. “Mas e o plano de carreira deles?” – “Não, isso não sei.”.

Eu perguntei bem claramente “Você está tendo aprendizado? Sente que está crescendo, aprendendo, subindo seu patamar de qualidade profissional?” – Ele respondeu “Sim, sem dúvida!”. “Qual é então sua verdadeira preocupação?” eu perguntei. Ele respondeu “O salário.”.

É interessante que salário sempre está entre os “top 5” itens que definem uma pessoa mudar ou permanecer em uma empresa. Mas raramente é o principal deles (apesar de ser sempre uma boa justificativa).

Perguntei então se o salário era insuficiente para ele viver, se ele estava realmente precisando ganhar mais. Ele disse que não…que o valor o atendia até que bem, que ele gostava do que fazia e sentia-se crescendo mas…mas seus amigos já estavam ganhando mais que ele e ele temia não consegui-los acompanhar daqui uns anos, principalmente na vida social que teriam.

Oh…!!

Não cabe a mim fazer juízo de valor. E esse é um ponto fundamental no meu trabaho.

Mas, no caso, coube a mim fazer junto a ele a construção de um cenário maior: possibilidades, perspectivas, passos, valores, comparações. Plantar hoje para ganhar depois, avaliar o que, além do salário, a empresa estava oferecendo e o que poderia ser feito para trabalhar essa insatisfação junto ao empregador – no que tange a reconhecimento do que já era feito por ele e valores envolvidos.

Sinto que pequenas e simples conversas em caráter de mentoria são portais para que novos pontos de vista se formem e, a partir daí, novas realidades sejam construídas de maneira autêntica e com passos claros.

É sempre bem vindo este esforço conjunto para trilhar os caminhos do autoconhecimento e de visão das possibilidades que todos temos.

O resultado? Ele teve essa conversa com o empregador e, quase que como uma coincidência, a empresa antecipou-se e já expôs a ele os planos que tinha para mudança de cargo e de salário com prazos previstos e valores. 🙂

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