Ter muito para fazer. Muito mais do que o tempo disponível. Quão comum isso se tornou nos tempos atuais, não é mesmo?

Temos nossas tarefas principais, as intermediárias (que são feitas só de vez em quando) e as que surgem pelo nosso caminho afora, de surpresa, nos deixando quase sempre muito ansiosos.

Temos também uma necessidade que quase ninguém considera mais: o tempo livre. Livre mesmo. Aquele em que não se tem NADA para fazer.

Nossa…tinha até me esquecido que isso existe.

(Ter tempo livre tornou-se, para muitos, um luxo raro.)

O fato é que, de uns tempos para cá, ter e viver um tempo livre passou a ser considerado em algumas teorias de desenvolvimento humano, pura preguiça de melhorar:

Se você tem uma hora à noite, por que desperdiçar seu tempo fazendo nada ou ocupando com atividades sem objetivo? Esse é o momento ideal para estudar, aprender um idioma, exercer uma segunda profissão.

Vejam: abrir mão do tempo livre pode ser algo a ser feito por tempo determinado, quando se tem um objetivo claro (como fazer faculdade enquanto trabalha, por exemplo). Um momento em que há esforço especial.

Não deveria se tornar um meio de vida.

Esquecemos que justamente do tempo livre saem as inspirações, a convivência simples e real, o autoconhecimento e a energia para retomar, para criar melhor, para nos reerguermos em tempos difíceis.

Ele é meio para ser e fazer mais e melhor. Ele é uma parte da vida.

Assim, desejo que a nossa organização do tempo seja ousada, que contemple o possível e que este possível envolva fazer nada. Assim, sem objetivo nenhum mesmo.

É neste tempo que, muitas vezes, conseguimos estar presentes, PERCEBENDO a vida acontecer de verdade.

 

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